domingo, 13 de março de 2011

Vida nova, vida velha...

"Devia ter amado mais

Ter chorado mais

Ter visto o sol nascer

Devia ter arriscado mais

E até errado mais

Ter feito o que eu queria fazer...

Queria ter aceitado

As pessoas como elas são

Cada um sabe a alegria

E a dor que traz no coração...

O acaso vai me proteger

Enquanto eu andar distraído

O acaso vai me proteger

Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos

Trabalhado menos

Ter visto o sol se pôr

Devia ter me importado menos

Com problemas pequenos

Ter morrido de amor...

Queria ter aceitado

A vida como ela é

A cada um cabe alegrias

E a tristeza que vier...

O acaso vai me proteger

Enquanto eu andar distraído

O acaso vai me proteger

Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos

Trabalhado menos

Ter visto o sol se pôr..."


Pois que não escrevo a algum tempo, mas deu vontade especialmente hoje. Minha mãe está em Brasília, e a casa está toda pra mim... rs... Na verdade aproveitei o dia para "arrumar" as minhas coisas. É isso, estou me preparando para uma vida nova. E essa semana pela primeira vez eu chorei, enquanto Amílcar abraçado a mim cantava: "Quando o canto da sereia, reluziu no teu olhar, acertou na minha veia, conseguiu me enfeitiçar...". Mas não foi um choro de tristeza, nem de alegria, nem de medo eu acho, era só apreensão. Eu me mudei de casa apenas uma vez na vida, e com a família toda. Era mais seguro, não dependia só de mim. Agora também não depende, Amílcar estará sempre comigo, eu tenho certeza. Mas é diferente. Essa mudança me mudará também, é inevitável. Seremos só nós dois e uma vida nova. Ainda incerta de onde estaremos, e isso dá um frio na barriga.
Mas o decorrer da semana já foi assim, semana pós-carnaval, e carnaval é meu início de ano. E diferente de outros anos, fiquei em casa.
E nessa de arrumar coisas já joguei muito papel fora, a Bia ficaria orgulhosa de mim... rs... E cada um que vai pro lixo me vem a voz do Amílcar dizendo "tem que jogar coisa fora". São apenas papéis, mas que por qualquer motivo eu nunca consegui me desfazer. Mas agora, parecem muito desnecessários. Ainda tem as "lembrancinhas", cada objeto que me lembra alguém ou algum momento serão embalados. Eu sempre guardei qualquer pedacinho de papel em que alguém me escreveu algo.
Na internet, meus amigos resolveram abrir a sessão melancolia. Também fiquei lendo um blog de uma mãe contando sobre como estão enfrentando a luta contra a doença de uma filha. Tudo isso parece meio nada a ver, mas enquanto eu jogava coisas fora começou a tocar a música "Epitáfio", e eu pensava: " o meu nunca poderia ser escrito assim". Afinal de contas eu não poderia ter errado mais do que errei na vida... ou poderia... rs... Aproveitei cada por-do-sol que pude, aceitei cada pessoa do jeito que elas são, porque sei que muita gente também me aceita do jeito que eu sou, amei e continuo amando, chorei e continuo chorando, e fiz o que eu queria fazer. Mas tá, esse não é o meu epitáfio, porque não é o final, é o começo que importa.
Quando criamos esse blog, era uma forma de nos aproximarmos. Amílcar no Rio e eu em Vitória. Quase três anos atrás. E não imaginávamos o que aconteceria. Mas desde sempre sabíamos que ficaríamos juntos. Não é perfeito, mas nada é. Nossas diferenças pesam, muito menos pra mim que sou mais "distraída", eu acho. Mas temos certeza que queremos isso.
Faltam só três meses pro casamento, e me emociono com a empolgação dele com cada detalhe que organizamos e dá certo. Mesmo que ele ache que eu não me importo com casamento. Se fôssemos morar juntos eu teria a mesma sensação. Mas casar está sendo especial. Porque é um amor especial, como amar deve ser.
Então seja bem-vinda vida nova!